29 de setembro de 1992 – Sim para o povo, Não para Collor
Há exatos 17 anos, multidões nas ruas e praças das principais cidades do país acompanharam a transmissão, pela Tv e rádio, da votação de impeachment do então Presidente da República Fernando Collor de Melo, comemorando voto a voto o seu afastamento. Em frente ao prédio do Congresso Nacional, em Brasília, cerca de 100 mil pessoas aguardaram ansiosamente o resultado da contagem dos votos dos deputados federais que, numa decisão inédita no país, autorizaram a deposição do presidente. Foram 441 votos contra Collor (105 a mais do que o necessário), 38 a favor do presidente e uma abstenção.
O 336º voto, que completou os dois terços necessários para o afastamento de Collor, foi, por coincidência, de um mineiro, o deputado Paulo Romano, conterrâneo do vice-presidente Itamar Franco. Ao final da sessão, aos gritos, abraços e aplausos, os deputados se reuniram no plenário lotado e cantaram um trecho do Hino da Independência, enquanto Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara, proclamou o resultado: “Está admitida a acusação contra o presidente da República”.
A decisão da Câmara se deu quatro meses após a instalação da mais devastadora Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do país, criada para investigar as denúncias de Pedro Collor, irmão do presidente, sobre um esquema de corrupção e tráfico de influência operado por Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor.
Cerca de dois meses depois da aprovação do impeachment na Câmara Federal, Fernando Collor renunciaria a presidência, deixando o cargo em 29 de dezembro de 1992. Entretanto, sua postura não impediu que seus direitos políticos fossem cassados por oito anos, até 2000. Atualmente, Collor é senador pelo estado de Alagoas, tendo tomado posse em 2007.