segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ou Isto Ou Aquilo


Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, professora e jornalista brasileira.

sábado, 7 de novembro de 2009


O Canto das Três Raças

Clara Nunes



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Manifestações Populares
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A Irmandade da Boa Morte é uma confraria religiosa afro-católica brasileira.

História

A história da confraria religiosa da Boa Morte se confunde com a maciça importação de escravos da costa da África para o Recôncavo canavieiro da Bahia, em particular para a cidade de Cachoeira, a segunda em importância econômica na Capitania da Bahia durante três séculos.

O fato de ser constituída apenas por mulheres negras, numa sociedade patriarcal e marcada por forte contraste racial e étnico, emprestou a esta manifestação afro-católica, como querem alguns autores, notável fama, seja pelo que expressa do catolicismo barroco brasileiro, de indeclinável presença processional nas ruas, seja por certa tendência para a incorporação aos festejos propriamente religiosos de rituais profanos pontuados de muito samba e comida. Há que acrescentar ao gênero e raça dos seus membros a condição de ex-escravos ou descendentes deles, importante característica social sem a qual seria difícil entender tantos aspectos ligados aos compromissos religiosos da confraria, onde ressalta a enorme habilidade dos antigos escravos para cultuar a religião dos dominantes sem abrir mão de suas crenças ancestrais, como também aqueles aspectos ligados à defesa, representação social e mesmo política dos interesses dos adeptos.
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domingo, 1 de novembro de 2009

BOA SEMANA









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O Professor Juliano Moreira nasceu a seis de janeiro de 1872 na Freguesia da Sé, hoje o centro antigo da cidade do Salvador, na Bahia. Seu pai, o português Manoel do Carmo Moreira Junior era inspetor de iluminação pública. Seu trabalho era verificar se os trabalhadores acendiam os lampiões de ferro pelas ruas e calçadas da cidade. Galdina Joaquim do Amaral, sua mãe trabalhava como doméstica na casa do Barão de Itapuã, Adriano Gordilho, renomado médico baiano. São escassos em seus limitados biógrafos os dados relativos à sua infância e meninice.
Desde o seu nascimento foi criado e conviveu sempre com a família do Barão de Itapuã, que se tornou seu padrinho. Fez seus estudos iniciais no Colégio Pedro II e depois se transferiu para o Liceu Provincial, na cidade do Salvador, na Bahia. Em 1886, manifestando extraordinária precocidade, se matriculava na Faculdade de Medicina da Bahia, berço do ensino médico no Brasil. Ainda cursando o quinto ano, em 1890, foi interno da Clínica Dermatológica e Sifiliográfica. Conclui seu curso e logo após sua formatura (1891), apresenta a tese "Sífilis Maligna Precoce" tornando-se depois referência mundial no campo da sifiligrafia. Passa a clinicar, num curto espaço de tempo, junto a Santa da Casa da Misericórdia, sendo médico-adjunto do Hospital Santa Isabel.

Após realizar concurso, em 15 de setembro de 1894, é nomeado preparador de anatomia médico-cirurgica, Mas neste período, sem remuneração, torna-se assistente da cátedra de Clínica Psiquiátrica e de Doenças Nervosas, iniciando-se a partir daí o seu aprendizado sobre as doenças mentais. Nesta fase, em todos os intervalos de suas atividades diárias, aprimorava seus conhecimentos de outros idiomas, tornando-se um dominador na comunicação oral e escrita do francês, inglês, italiano e o alemão. Sempre conhecido desde estudante como trabalhador metódico, adepto das ações em equipe, sempre querendo saber de tudo, com detalhes, comentando e discutindo. Seu destaque no meio acadêmico, na província baiana, o faz liderar a mobilização de professores e colegas, fazendo surgir a Sociedade de Medicina e Cirurgia e, a de Medicina Legal.
( Para acessar a matéria clique no título )

sábado, 24 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


cuti
GOTA DO QUE NÃO SE ESGOTA
do livro Negroesia, 2007
cota é só a gota
a derramar o copo
não a mágoa do corpo
mas energia represada
que agora se permite e voa
em secular esforço
de superar-se coisa e se fazer pessoa
cota é só a gota
apenas nota de longa pauta
a ser tocada
com o fino arco
em mãos calosas

cota é só a gota
a explodir o espanto
de se enxugar no riso
a imensidão do pranto

ela é só a gota
ruindo pela base
a torre de narciso

é só a gota
entusiasmo na rota
afirmativa
que ameniza as dores da saga
suas chagas de desigualdade amarga

cota é só a gota
meta de quem pagou e paga
desmedido preço de viver imposto
e agora exige
seu direito a voto
na partição do bolo

é só a gota
de um mar de dívidas
contraídas
pelos que sempre tornaram gorda a sua cota

cota é só a gota afrouxando botas
de um exército
para o exercício da eqüidade

cota não reforça derrota
equilibra
entre ponto de partida
e ponto de chegada
a vitória coletiva
reinventada.

Poesia de um aluno da APAE

Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade,
de excepcional. Excepcional é a sua sensibilidade! Ele tem 28 anos,
com idade mental de 15.

Ilusões do Amanhã

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)

sábado, 10 de outubro de 2009



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Cristo carregando a cruz, Santuário de Congonhas do Campo
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Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Vila Rica, 29 de agosto de 1730 - Vila Rica, 18 de novembro de 1814) foi um escultor, entalhador, desenhista e arquiteto no Brasil colonial.

Com um estilo relacionado ao barroco e especialmente ao rococó, é considerado o maior expoente da arte colonial em Minas Gerais (comumente chamada barroco mineiro) e no Brasil colônia em geral. Toda sua obra foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas do Campo. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

Biografia

Muitas dúvidas cercam a vida de Antônio Francisco Lisboa. Praticamente todos os dados sobre sua vida são derivados de uma biografia escrita em 1858 pelo jurista Rodrigo José Ferreira Bretas, 44 anos após a morte do Aleijadinho, baseando-se em documentos e depoimentos de pessoas que conheceram o artista[1].
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Igreja de São Francisco em Ouro Preto, com uma magnífica portada em pedra-sabão realizada pelo Aleijadinho.


O mais importante dos documentos em que se baseou Bretas foi uma "Memória" escrita em 1790 por um vereador da cidade de Mariana. Neste documento, cujo original se perdeu, é feito um amplo relatório acerca do estado das artes nas Minas Gerais, incluindo alguns dados sobre o Aleijadinho relacionados a sua formação artística e sua participação em algumas obras [2]. Também é mencionado que Antônio Francisco era filho de um afamado mestre-de-obras português, Manuel Francisco Lisboa, que além de construtor atuava como arquiteto[2].

A data de nascimento do Aleijadinho é motivo de controvérsia. De acordo com o biógrafo Bretas, Antônio Francisco nasceu no ano de 1730 em Vila Rica (atual Ouro Preto) na frequesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, sendo filho de Manuel Francisco Lisboa e sua escrava africana, Isabel (ou Izabel)[3]. O filho, nascido escravo, foi alforriado no batismo. A certidão de batismo encontrada por Bretas dá a data de 29 de agosto de 1730 para o nascimento de Antônio. As dúvidas derivam do fato de que o nome do pai que figura na certidão é Manuel Francisco da Costa, e não Lisboa, o que poderia ser devido a um erro do escrivão. Outra fonte de dúvidas é a certidão de óbito do Aleijadinho, datada de 18 de novembro de 1814, na qual consta que o artista faleceu aos 76 anos de idade. A confiar neste documento, ele deveria haver nascido em 1738[4].

Antônio Francisco teve um filho natural - fora do casamento - aos 47 anos, a quem chamou Manuel Francisco Lisboa, mesmo nome do avô. Teve também vários meio-irmãos, frutos do casamento do seu pai[5]. Um destes meio-irmãos, padre Félix Antônio Lisboa, também foi escultor.

Formação

Segundo Bretas, Antônio Francisco sabia ler e escrever e poderia haver estudado latim. Sobre sua formação artística, a "Memória" do vereador de Mariana indica que Antônio Francisco teria recebido lições de seu pai e do desenhista e pintor português João Gomes Batista. Também Antônio Francisco Pombal, irmão do pai do Aleijadinho e portanto seu tio, era um afamado escultor e poderia ter participado da educação do jovem Antônio. Os críticos também apontam os escultores portugueses Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha como possíveis influências. Com Coelho de Noronha o Aleijadinho trabalhou efetivamente no início de sua carreira, cerca de 1758, nas obras de talha da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté[1][6].

Alguns acreditam que Antônio Francisco poderia haver viajado ao Rio de Janeiro - então capital da colônia - na década de 1770, cuja fervilhante atividade artística também poderia ter influenciado o artista. Não há, porém, provas documentais de tal viagem.

Doença e morte

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Nossa Senhora das Dores, no Museu de Arte Sacra de São Paulo







Na descrição de Bretas, Antônio Francisco era "pardo escuro, tinha a voz forte, a fala arrebatada e o gênio agastado; a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça redondos, e esta volumosa; o cabelo preto e anelado, o da barba cerrado e basto; a testa larga, o nariz retangular e algum tanto pontiagudo, os beiços grossos, as orelhas grandes e o pescoço curto."[3]

A partir de 1777, o artista começou a sofrer os sintomas de uma misteriosa doença que lhe causou deformidades no corpo e que lhe valeram a alcunha de "Aleijadinho". Bretas diz que Antônio sofria dores horríveis e que eventualmente perdeu os dedos dos pés e teve de andar de joelhos. Também terminou por perder os dentes e os dedos das mãos, e suas deformidades teriam feito com que trabalhasse escondido por tendas para que as pessoas não o observassem. Seu escravo Maurício seria o responsável por atar a suas mãos os cinzéis com os quais esculpia[3]. Atualmente se debate que doença poderia ter causado esses problemas ao Aleijadinho, dividindo-se as opinioes entre sífilis, reumatismo, porfíria, hanseníase, lepra e poliomielite[4]. É muito provável que os sintomas devastadores descritos por Bretas sejam um tanto exagerados, uma vez que seria muito difícil que com tamanhas mutilações o Aleijadinho pudesse ter esculpido suas últimas obras em Congonhas do Campo.

Ainda segundo Bretas, o Aleijadinho morreu pobre e abandonado. Nos últimos anos de sua vida viveu na casa de sua nora Joana, que cuidou-o até a morte, ocorrida em 1814. A certidão de óbito encontrada no arquivo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias diz o seguinte: "Aos dezoito de Novembro de mil oitocentos e quatorze, falleceo Antonio Francisco Lisboa, pardo solteiro de setenta e seis anos, com todos os Sacramentos encomendado Boa Morte e para clareza fiz passar este assento e que me assigno O Codjor José Como. De Moraes.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009


Abdias do Nascimento
"Sempre que penso em Abdias do Nascimento o sentimento que me toma é de gratidão aos nossos deuses por sua longa vida e extraordinária história fonte de inspiração de todas as nossas lutas e emblema de nossa força e dignidade.
A história política e a reflexão de Abdias do Nascimento se inserem no patrimônio político-cultural pan-africanista, repleto de contribuições para a compreensão e superação dos fatores que vêm historicamente subjugando os povos africanos e sua diáspora. Abdias do Nascimento é a grande expressão brasileira dessa tradição, que inclui líderes e pensadores da estatura de Marcus Garvey, Aimé Cesaire, Franz Fannon, Cheikh Anta Diop, Léopold Sedar Senghor, Patrice Lumumba, Kwame Nkruman, Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Steve Biko, Angela Davis, Martin Luther King, Malcom X, entre muitos outros.
A atualidade e a justeza das análises e das posições defendidas por Abdias do Nascimento ao longo de sua vida se manifestam contemporaneamente entre outros exemplo, nos resultados da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, ocorrida em setembro de 2001, em Durban, África do Sul, que parecem inspiradas em seu livro O Genocídio do Negro Brasileiro (1978) e em suas incontáveis proposições parlamentares.

Aprendemos com ele tudo de essencial que há por saber sobre a questão racial no Brasil: a identificar o genocídio do negro, as manhas dos poderes para impedir a escuta de vozes insurgentes; a nos ver como pertencentes a uma comunidade de destino, produtores e herdeiros de um patrimônio cultural construído nos embates da diáspora negra com a supremacia branca em toda parte. Qualquer tema que esteja na agenda nacional sobre a problemática racial no presente já esteve em sua agenda política há décadas atrás, nada lhe escapou. Mas sobretudo o que devemos a ele é a conquista de um pensar negro: uma perspectiva política afrocentrada para o desvelamento e enfrentamento dos desafios para a efetivação de uma cidadania afrodescendente no Brasil, o seu mais generoso legado à nossa luta."
Sueli Carneiro in Abdias do Nascimento: o Griot e as Muralhas - Biografia de Abdias do Nascimento organizada por Éle Semog



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Rainha Nzinga
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Na África como nas Américas resistiram á dominação colonial e á escravidão. Foi uma luta marcada por batalhas sangrentas,negociações , atos heróicos e traições. E nos combates dos negros contra o colonialismo português uma mulher se destacou como símbolo de coragem e persistência. Ela foi Nzinga ou Ginga ;como ficou conhecida no Brasil a grande rainha do povo negro de Angola.

Nzinga Mbandi Ngola kiluanji nasceu em 1582, quando Angola (que na época se chamava reino do Ndongo)começava a ser ocupada pelos portugueses. Sua mãe,Guemguela Camcombe,era uma escrava mbundo. Quando Nzinga nasceu os pais-de-santo do reino previram que caso ela chegasse á idade adulta e se tornasse rainha os rios do reino seria seriam inundados pelo sangue de muitas vitimas. Previram também que a nação seria invadida por homens brancos vindos do mar e que haveria doenças, fome, guerras, tristeza, e miséria em Angola. Cronistas da época diziam que a jovem princesa tinha os mesmos olhos sedutores da mãe, "a cor da noite", e o caráter firme do pai, o mais terrível adversário que os portugueses tinham enfrentado ate então. Apesar de filha do rei dos Mbundos, povo que vivia na parte ocidental de Angola (Ndongo), Nzinga descendida por parte do pai mesmo da realeza Jaga, povo da parte oriental de angola (Matamba). Os Jagas, junto com os Mbundos, estiveram na linha de frente da resistência á penetração portuguesa na África. Povo guerreiro, que ataca seus inimigos com falas, lanças, flechas, azagaias e escudos os jagas eram táticos militares que tinham como principal artifício a surpresa. Viviam em acampamentos muito bem vigiados, os quilombos, escolhendo de preferência e cobre adornando os braços e as pernas. Tinha paixão por tecidos e ropuas, trocando de traje várias vezes ao dia e mantendo seus tecelões permanentemente ocupados. Trezentas aias serviram rainha, revezando-se ininterruptamente em grupo de vez. Nos jantares, até oitenta pratos chegavam a ser servidos.

O Estado dirigido por Nzinga tinha uma estrutura burocrática acessível tanto a homens como a mulheres. Os principais critérios para acesso aos cargos e a promoção eram o merecimento e a lealdade. A origem familiar tinha pouca influência. A rainha possuía diversos ministros que a auxiliavam nas atividades de governo. Cada um deles contribuía com servos para o trabalho no campo e ficava encarregado de fiscalizar o trabalho desse pessoal. O reino possuía um sistema de justiça baseado no trabalho de advogados que ouviam as queixas dos clientes e as apresentavam às cortes regionais. Havia ainda um sistema de arrecadação de impostos, que eram pagos pelos sobas. O atraso nesses pagamentos implicava em punições.

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Em 1626, Nzinga deixou sua capital na Matamba oriental e armou seu acampamento de guerra numa ilha fluvial próxima à região de Mbaka, a antiga capital Mbundo. Recomeçaram os combates que prosseguiram por vários anos. Durante todo esse tempo os portugueses não param de tentar convencê-la a tornar-se uma aliada do rei. Mas em 1629, depois de uma batalha, duas irmãs de Nzinga, além de vários ministros, foram capturadas e isso ao mesmo tempo em que ela perdia o apoio de importantes chefes regionais. Nzinga inicia então um bloqueio ao comércio de escravos, fechando inúmeros entrepostos existentes no país. Isso afeta diretamente a vida econômica da colônia, totalmente baseada no tráfico de escravos. Os portugueses decidem então perseguir e capturar Nzinga onde quer que ela estivesse.

Enquanto isso suas irmãs eram recebidas em Luanda com honras de realeza (os portugueses esperavam formar com elas um governo fantoche que concorresse com Nzinga).

Entre 1630 e 1640, Nzinga reconstitui seus exércitos, abalados pelos choques com os portugueses, mas continua mantendo contatos diplomáticos com Luanda. Em 1641, ela recebe a notícia de que os holandeses haviam desembarcado na capital da colônia e entra em contato com eles, fechando um tratado de assistência mútua. Ela esperava contar com a ajuda dos holandeses para destruir a estratégica fortaleza de Massangano, na confluência dos rios Cuanza e Lucala.

Com o apoio dos holandeses e do rei do Congo, Nzinga impõe pessadas derrotas aos portugueses, sem no entanto conseguir tomar a fortaleza. A decisiva batalha final por Massangano foi vencida pelos portugueses em 1648.

O revez de Massangano e a derrota dos holandeses em Luanda mudariam o pensamento da rainha negra, a essa altura já com 66 anos de idade. O cansaço parece ter vencido a velha combatente no final da vida. Ela assina um novo tratado com os portugueses e começa a negociar a libertação de sua irmã Mocambo, o que conseguiria em 1657. A volta da irmã influência Nzinga a voltar ao catolicismo. Sob influência dos padres católicos, a rainha assinaria um último tratado com os portugueses, pelo qual eles se retirariam da parte oriental do reino em troc a da liberdade de comércio (leia- se tráfico) na parte ocidental. Em 1658 ela se casa com um escravo convertido e durante a cerimônia joga fora seu arco e flexa para demonstrar seu empenho pela paz. Depois disso, 1659, lança suas tropas contra o jaga Kalanda, um antigo aliado que recusara o acordo com os portugueses. Kalanda foi derrotado e Nzinga ordenou que sua cabeça, espetada em pau, fosse enviada ao governador português. Seguiram-se anos de decadência física até sua morte em 1663, aos 81 anos, sem herdeiros.

Jagas em Palmares?


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Existem fortes indícios do envolvimento, pelo menos numa primeira fase, dos mesmos povos africanos nas lutas travadas nas selvas de Angola e na serra da Barriga. O impulso inicial para o estabelecimento do quilombo de Palmares parece ter se originado com os bantos, povo proveniente de Angola. Aliás, vale lembrar, que os habitantes de Palmares chamavam a região de Angola  Janga (pequena Angola). Os escravos africanos enviados para o Brasil nesse período vinham na maior parte de Angola. Entre 1575 e 1681 cerca de um milhão de escravos foram embarcados de Angola para o Brasil. A importância de Angola como fornecedor de escravos para o Brasil era tão grande que a própria administração portuguesa desse território esteve subordinada às autoridades sediadas no Brasil.

Mario Martins de Freitas, autor do livro "Reino Negro de Palmares", diz que o quilombo de Palmares começou com a entrada no Brasil dos primeiros negros de Angola, provenientes das tribos jagas. Segundo Freitas, por questão de segurança os portugueses exportavam para o Brasil os jagas belicosos que caíam em suas mãos e teriam sido esses jagas que só admitiam a liberdade absoluta, os instituidores dos primeiros quilombos na serra da Barriga. Esses angolanos, segundo alguns historiadores, trouxeram sua língua, cultura e forma de governo a Palmares. Muitas palavras jagas foram aportuguesadas no Brasil (kilombo, mukambo, samba e gangazumba são apenas algumas delas).

Além disso, de acordo com algumas descrições, a área central do quilombo de Palmares, onde o chefe Ganga Zumba recebia seus hóspedes, era idêntica à corte do rei (ou rainha) de Angola. E, tanto no Brasil como na África, os quilombos eram situados no interior de densas florestas, próximos a escarpas e penhasco íngremes que proporcionavam vista panorâmica da região

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Tour Crítico ao Museu do Ipiranga

Neste vídeo, o professor de História Pedro Ravelli apresenta uma série de pontos de vista alternativos para a interpretação da história do Brasil pré-independência

5 de outubro de 1989 - Dalai Lama recebe o Prêmio Nobel da Paz



Em 1989, o Dalai Lama Tenzin Gyatso, líder espiritual do Tibet recebia o prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento por sua luta pacífica de resistência ao domínio chinês sobre o território tibetano.

O Dalai Lama, que vivia exilado na Índia desde 1959, foi informado da premiação nos Estados Unidos, onde participava de um assessor d euma conferência internacional de paz. Reservado, limitou-se a informar, através de seu assessor, que se sentia "satisfeito" Tenzin Gyatso havia sido indicado ao prêmio Nobel da Paz por oito anos consecutivos e desta vez concorria com 20 organizações e 77 pessoas, entre elas o líder negro sul-africano Nelson Mandela, o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan e o presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange.

A premiação foi recebida com euforia e entusiasmo pelos seguidores do líder espiritual na cidade indiana de Dharmasala, no Himalaia, onde o Dalai Lama formou seu governo no exílio. "Ela nos ajudará a reforçar a luta pela independência. Terá um enorme impacto", afirmou Thupten Samphel, assessor do Dalai Lama, em entrevista por telefone à agência Reuters. "Por muitos anos fomos ignorados pela comunidade internacional porque adotamos um movimento de não-violência. Este prêmio é o reconhecimento de que a resistência pacífica é a melhor forma de luta", afirmou.

Ao receber a notícia, Wang Guisheng, conselheiro da embaixada da China em Oslo, sede do comitê organizador do Prêmio Nobel, disse que o sentimento do povo chinês estava "profundamente ferido" com a premiação de Dalai Lama. "As questões tibetanas são só e inteiramente um problema chinês", comentou, acusando os organizadores do prêmio de interferência em assuntos internos da China.

O Deus-rei do Tibete
Tenzin Gyatso nasceu em seis de julho de 1935, filho de uma família de camponeses da cidade de Chinghai, fronteira com a China. Aos dois anos e meio de idade foi reconhecido por monges budistas como a 14º reencarnação de Buda e, aos quatro anos, entronizado como o Dalai Lama, levado para Lhasa e instalado no paradisíaco palácio de Potala. Ali estudou filosofia budista até os 15 anos, quando foi proclamado Deus-rei do Tibete. Atualmente, persiste na sua luta pacífica pela autonomia política do Tibet, invadido pela República Popular da China em 1959.

domingo, 4 de outubro de 2009

recados de magico e mistico
scraps e mensagens
04/10/2009 - 04h04
MEC estuda criar "feriado" para Enem

Folha Online

Hoje na Folha O governo federal poderá decretar feriado estudantil durante dois dias da semana para aplicar as provas do Enem, caso não consiga uma nova data para a realização do exame num final de semana de novembro, informa reportagem da Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). O assunto será discutido na segunda-feira numa reunião com reitores das universidades federais.

Um acordo com os reitores das federais é importante porque a maioria dessas instituições decidiu utilizar as avaliações do exame no ingresso dos estudantes. E a escolha de datas no meio da semana poderia ser uma forma de evitar conflito com outros vestibulares.

O MEC informou ontem que a nova prova do Enem já está pronta. As questões foram escolhidas a partir de um banco de dados organizado pelo Inep. O MEC também deve definir amanhã se manterá o contrato assinado com o Connasel, consórcio liderado pela Consultec que ganhou a licitação para a realização do Enem.

Leia a reportagem completa na edição da Folha deste domingo, que já está nas bancas.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Museu Nacional/UFRJ na internet

Imagem do Museu Nacional grande

A mais nova versão do Museu Nacional já está disponível: www.museunacional.ufrj.br

O Museu Nacional/UFRJ, como instituição acadêmico-científica que ora completa seus 191 anos, é herdeiro de vasto e rico acervo, acumulado em seus quase dois séculos de existência. Nesta oportunidade a instituição tem buscado revelar mais generosamente seus depósitos e divulgar as ricas coleções que abrigam, juntamente com a produção científica relacionada. Assim se justifica este esforço institucional, em sintonia com o aproveitamento atual e crescente das novas tecnologias da comunicação, resultando numa requalificação de seu espaço virtual.

São diversas galerias com fotos e descrições de peças, contemplando suas ilustrações e informações detalhadas nos campos da Geologia, Paleontologia, Zoologia, Botânica, Arqueologia, Etnologia, etc. Encontram-se disponíveis reproduções de objetos exibidos nas exposições presenciais e daqueles mantidos em acervo, além de informações
atualizadas sobre eventos e novas exposições, facilitando o uso da informação textual e imagética pelos públicos mais diversos e mais remotos (dentro ou fora do país). Isto equivale a propiciar o contato preliminar dos usuários da rede mundial de computadores com as peças e os dados a elas referentes, como catalogados no Museu.

Destaque deve ser dado à sessão de Arqueologia, em boa parte já representada no sítio virtual. O acervo referente ao Egito Antigo e às Culturas do Mediterrâneo, em especial, é considerado o maior da América Latina e provavelmente o mais antigo das Américas, sendo reconhecido por seu valor arqueológico, histórico, científico e artístico.

Sendo pioneiro no país na reconstituição de dinossauros, o Museu Nacional também apresenta extensa coleção de fósseis e réplicas de esqueletos de espécies pré-históricas. A sessão de Zoologia, que já representa os setores de Vertebrados, Invertebrados e Entomologia, foi recentemente ampliada com a coleção de Mamíferos Brasileiros. Destaque também para as Obras Raras da Biblioteca do Museu, já disponíveis no espaço virtual. Trata-se, assim, de compor mais uma função didática do Museu Nacional, estimulando a curiosidade e a inventividade científicas de acadêmicos ou não acadêmicos nos diversos níveis de formação (desde o fundamental ao superior). As redes de ensino podem assim utilizar-se de todo o material publicado como instrumento de apoio, ampliando conteúdos e recursos didáticos a serem utilizados em sala de aula.

O novo Sítio do Museu Nacional visa, por fim, aproximar a centenária Instituição da sociedade nacional mais ampla, em sintonia com o aproveitamento atual e crescente de novas possibilidades tecnológicas, ambicionando tornar-se cada vez maior, mais útil e mais qualificado para desempenhar sua função de produção e difusão de conhecimento numa dimensão globalizada.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lições da Natureza

By Ceó Pontual

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, professora e jornalista brasileira.

“Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar inteira.” Cecília Meirelles.

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

SITÍOS HISTÓRICOS

Salvador, a primeira Capital do Brasil, foi fundada em 1549 por Thomé de Souza, o primeiro governador geral da colônia, para ser a sede do Império Português do novo mundo, permanecendo como capital até 1763. Foi construída de acordo com os projetos trazidos pelo mestre de obras Luiz Dias, estabelecendo uma réplica de Lisboa e Porto, as duas maiores cidades de Portugal, na época.

Constitui o patrimônio de uma Cidade o conjunto de bens móveis e imóveis existentes nela, cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis, quer pelo seu excepcional valor folclórico, arqueológico, arquitetônico, etnográfico, artístico, documental, dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana, inclusive os monumentos naturais, os sítios e as paisagens.


O patrimônio histórico de Salvador é considerado o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina, tombado pela UNESCO em 1985, com quase 3.000 imóveis dos séc XVII, XVIII e XIX, sendo um documento vivo da história do Brasil colonial.

A Gerência de Sítios Históricos tem como objetivo principal, olhar e cuidar do acervo público municipal. Estuda e pesquisa a história dos monumentos da cidade, procurando preservá-los na sua forma original, executando obras de restauro e/ou conservação, coordenando e orientando os estudos e os projetos de intervenção elaborados por terceiros. Sua finalidade é promover um maior entrosamento entre política de desenvolvimento e de preservação, conscientizando a população sobre a importância do patrimônio edificado que lhe pertence e contempla a seguinte estrutura:


• Sub-Gerência de Projetos
1. Setor de Captação de Recursos e Convênios;
2. Setor de Desenvolvimento de Projetos.

• Sub-Gerência de Espaços Públicos e Monumentos
1. Setor de Preservação e Integração;
2. Setor de Fiscalização e Manutenção.

Um sítio histórico urbano deve ser entendido como área que identifica testemunhos culturais, nas suas mais diversas manifestações. Em se tratando de patrimônio arquitetônico, podemos destacar três grandes sítios históricos: Centro, Itapagipe e Rio Vermelho.

As intervenções a serem realizadas em áreas de preservação deverão sempre observar as seguintes legislações:

• Lei de Tombamento Federal – DL 25/37
Portaria nº 11 – Normas de procedimento para tombamento.

• Lei de Tombamento Estadual – Lei nº 3.660 – Dispõe sobre o Tombamento, pelo Estado, de Bens de Valor Cultural.
Decreto nº 26.319 – regulamenta a Lei 3.660 – Organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

• Lei Orgânica do Município (artigo 52 inciso XXV) – Promover o Tombamento dos Bens do Município.

• Decreto nº 5086 – Municipal - 29/12/76 – Cria uma faixa de proteção às encostas da Avenida Sete de Setembro e dá outras providências.

• Lei nº 2.744 – Municipal - Modifica, Acrescenta e Revoga Dispositivos da Lei nº 2.403 de 23 de Agosto de 1972, Alterados Pela Lei nº 2.682.

• Lei Nº 2.826 – Municipal - Dispõe Sobre a Proteção, Uso, Conservação e Preservação de Árvores e Áreas Verdes no Território do Município, Autoriza o Executivo Municipal a Alienar Áreas de Domínio Público.

• Lei Nº 3289/83 – Municipal -Altera e Dá Nova Redação a Dispositivos da Lei nº 2403 de 23 de Agosto de 1972.

• Lei nº 3.903/88 - Institui normas relativas à execução de obras do Município do Salvador, alterando as Leis nºs 2.403/72 e 3.077/79


A GESIH, intervêm em imóveis de propriedade da Fundação Gregório de Mattos, situados no Centro Histórico, a saber:

1. TEATRO GREGÓRIO DE MATTOS - área de 1.500 m2;
2. MUSEU DA CIDADE - área de 700 m2;
3. CONJUNTO DO BENIN (formado pela Casa do Representante, Restaurante e Casa do Benin) - área 1.100 m2.

Do mesmo modo, está executando obras de restauro na IGREJA NOSSA SENHORA DA BARROQUINHA, edificação tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através de contrato de comodato com a Arquidiocese de São Salvador da Bahia e patrocínio da PETROBRAS, com a interveniência do Ministério da Cultura, objetivando transformá-la em Espaço Cultural.

A cidade do Salvador possui um grande número de obras de arte públicas, de relevante valor histórico/cultural, cujos conceitos, estão assim classificados:


MEMORIAL/MONUMENTO – Obra escultórica destinada a transmitir à posteridade a memória de uma pessoa ou um acontecimento;

BUSTO - Representação de uma figura humana que compreende a cabeça, o pescoço, os ombros, o princípio do tronco;

EFÍGIE – Perfil de um rosto gravado em uma medalha;

MEDALHÃO – Motivo de decoração esculpida, que tem o formato de uma grande medalha circular ou oval;

HERMA – Todo busto ou figura em meio corpo prolongando-se em pedestal;

CHAFARIZ – Elemento arquitetônico que jorra água potável;

ESCULTURA – Arte de criação de formas em três dimensões (técnicas: esculpir, talhar, modelar);

ESTÁTUA – Escultura de vulto lavrada, fundida ou modelada, representando uma figura humana ou animal que constitui uma representação realística de tamanho variado, podendo ir do tamanho natural até as grandes dimensões da estátua colossal;

MARCO – Elemento de demarcação de fato representativo.

PAINEL – Superfície emoldurada em uma obra arquitetônica.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

CURIOSIDADES HISTÓRICAS

Alguns documentos custodiados pelo Arquivo Histórico Municipal de Salvador registram curiosidades históricas bastante interessantes. Este é o caso da “postura”, deliberação municipal que obrigava a população ao cumprimento de certos deveres de ordem pública, permitindo resgatar através do seu conteúdo o cotidiano da cidade, nos séculos coloniais e imperial.

A título de exemplo, destaca-se, a abaixo, algumas posturas

Livro de Posturas das Câmaras Municipais da Província da Bahia (1829-1859):

- Postura 32 (fl.18 v.)
Os nós ou valas que atravessarem por terrenos particulares andarão sempre limpos e desentupidos pelos proprietários, administradores ou arrendatários de tais terrenos; assim como os brejos e pântanos na cidade, e seus subúrbios não se poderão conservar alagados. Pena de vinte mil réis, ou oito dias de prisão.

- Postura 35 (fl.19 v.)
O despejo imundo das casas será levado ao mar em vasilhas de pão cobertas, depois de oito horas da noite. Os que forem apanhados antes da hora marcada ou fazendo o despejo nas ruas, e outros lugares públicos serão incursos na pena de dois mil réis, ou casas: pena de oito mil réis ou quatro dias de prisão.

- Postura 51 (fl.30)
A ninguém é permitido conservar sobre os parapeitos das janelas em taboa fora deles e nos telhados de suas casas vasos de flores, ou de outros objetos, que possam cair, e prejudicar a quem passar. Pena de quatro mil réis, ou dois dias de prisão e de se mandar arriar imediatamente.

Livro de Posturas das Câmaras Municipais desta Província (1837-1847)

- Postura 44 (fl.06)
É proibido aos donos de lojas, tabernas e casas de bebidas, ter as portas abertas depois das nove horas da noite, sob pena de seis mil réis.

- Postura 10 (fl. 12)
Ninguém poderá vender quaisquer gêneros se não publicamente, para se conhecer da bondade dos mesmos gêneros e da exatidão dos pesos e medidas, sob pena de mil réis por cada vez.

Os bastidores da República

Os 120 anos desse período são a oportunidade para rever criticamente o golpe que deu início a ele e debater a ausência de participação popular

Rita Trevisan (novaescola@atleitor.com.br)

Henrique Bernadelli/Acervo do Museu da República

Nas clássicas representações do golpe militar que marcou o fim da Monarquia no Brasil e o início da República, a imagem do marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), erguendo seu quepe cheio de glórias, é a que prevalece. No quadro de Henrique Bernardelli (1857-1936, mostrado à esquerda), o militar é propositadamente recuperado como a figura central, o representante maior dos ideais de liberdade associados ao novo período. Esses e outros retratos da época ajudaram a disseminar uma visão parcial do episódio, apagando outros personagens que desempenharam papel relevante na mudança. Iluminar esses grupos esquecidos é o ponto de partida para apresentar uma visão crítica da proclamação da República aos estudantes.

O ponto fundamental é esclarecer que, longe de ser um fato pontual, a instauração do novo modo de governo decorre de uma série de fatores que contribuíram para criar um cenário propício à República. Expor essa realidade aos alunos, privilegiando a visão de processo histórico, permite um entendimento mais profundo da realidade política, econômica e social da época. Com base nessa revisão histórica, o próprio papel dos militares no episódio passa a ser relativizado, uma vez que outros agentes com importante função no gradativo enfraquecimento do antigo governo são trazidos à luz.

É possível, por exemplo, reavaliar o que de fato ocorreu no dia da proclamação. Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram circular o boato de que o governo imperial havia mandado prender Deodoro e o tenente-coronel Benjamin Constant, líder dos oficiais republicanos. O objetivo era instigar o marechal, um militar de prestígio, a comandar um golpe contra a monarquia. Deu certo: no dia 15, ele reuniu algumas tropas, que em seguida rumaram para o centro do Rio de Janeiro e depuseram os ministros de dom Pedro II.

O imperador, que estava em Petrópolis, a 72 quilômetros do Rio de Janeiro, retornou para a capital na tentativa de formar um novo ministério. Mas, ao receber um comunicado dos golpistas informando sobre a proclamação da República e pedindo que deixasse o país, não ofereceu resistência e partiu para a Europa. Tamanho era o temor de que o Império pudesse ser restaurado que o banimento da família real durou décadas: apenas em 1921 os herdeiros diretos do imperador deposto foram finalmente autorizados a pisar em solo brasileiro.

Vale discutir o peso da participação de Deodoro da Fonseca explicando alguns detalhes dos bastidores do acontecimento. Fosse ou não ele a figura central do fato, que não enfrentou praticamente nenhuma resistência - daí as representações não o mostrarem de espada em punho -, muito provavelmente a história teria o mesmo desfecho. Conte que o "herói da proclamação" fez parte do Estado monárquico e era funcionário de confiança de dom Pedro II. Relutou em instaurar o novo sistema e aderiu à causa dias antes.

No dia fatídico, ele saiu de casa praticamente carregado por seus companheiros - Deodoro estava doente, com problemas respiratórios. Cavalgou quase a contragosto, ameaçado pela ideia de que o governo imperial, ao saber dos boatos sobre a proclamação, pretendesse reorganizar a Guarda Nacional e fortalecer a polícia do Rio de Janeiro para se contrapor ao Exército. Foi o republicano José do Patrocínio que, horas mais tarde, dirigiu-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, presidindo o ato solene de proclamação da República. Deodoro, a essa altura, estaria em casa, possivelmente assinando a carta que chegaria a seu amigo pessoal, o imperador Pedro II, informando, com grande pesar, o banimento da família real.

29 de setembro de 1992 – Sim para o povo, Não para Collor



Há exatos 17 anos, multidões nas ruas e praças das principais cidades do país acompanharam a transmissão, pela Tv e rádio, da votação de impeachment do então Presidente da República Fernando Collor de Melo, comemorando voto a voto o seu afastamento. Em frente ao prédio do Congresso Nacional, em Brasília, cerca de 100 mil pessoas aguardaram ansiosamente o resultado da contagem dos votos dos deputados federais que, numa decisão inédita no país, autorizaram a deposição do presidente. Foram 441 votos contra Collor (105 a mais do que o necessário), 38 a favor do presidente e uma abstenção.

O 336º voto, que completou os dois terços necessários para o afastamento de Collor, foi, por coincidência, de um mineiro, o deputado Paulo Romano, conterrâneo do vice-presidente Itamar Franco. Ao final da sessão, aos gritos, abraços e aplausos, os deputados se reuniram no plenário lotado e cantaram um trecho do Hino da Independência, enquanto Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara, proclamou o resultado: “Está admitida a acusação contra o presidente da República”.



A decisão da Câmara se deu quatro meses após a instalação da mais devastadora Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do país, criada para investigar as denúncias de Pedro Collor, irmão do presidente, sobre um esquema de corrupção e tráfico de influência operado por Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor.

Cerca de dois meses depois da aprovação do impeachment na Câmara Federal, Fernando Collor renunciaria a presidência, deixando o cargo em 29 de dezembro de 1992. Entretanto, sua postura não impediu que seus direitos políticos fossem cassados por oito anos, até 2000. Atualmente, Collor é senador pelo estado de Alagoas, tendo tomado posse em 2007.

sábado, 26 de setembro de 2009


Gratidão

por Ceó Pontual

Antistenes (444 – 371 a.C) foi um filósofo grego.

“Gratidão é a memória do coração.” Antistenes.

Hoje na História

Martin Luther King inicia campanha para que

os negros americanos tenham direito a voto


Por Rudolfo

Hoje, o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, é negro. Impressionante imaginar que há pouco mais de 40 anos, os negros norte-americanos sequer tinham direito a voto. A escalada que levou ao fim dessa discriminação absurda e à ascensão de Obama ao posto de líder da Nação mais poderosa do mundo tem como personagem principal o pastor protestante Martin Luther King. Um dos mais importantes ativistas de toda a história pelos direitos civis, Martin Luther King é autor do tocante discurso que tem como mote a frase: "Eu Tenho um Sonho". A chegada de Obama ao poder é a concretização desse sonho. Que se iniciou em 25 de setembro de 1961, quando Luther King iniciou a sua campanha para que os negros dos Estados Unidos tivessem direito a voto.

Nada foi fácil para esse homem, que nasceu em Atlanta, no dia 15 de janeiro de 1929 e que, pela força das suas ideias, acabou assassinado no dia 4 de abril de 1968, em Memphis. Mais jovem pessoa a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 1964, Martin Luther King pregava, como Ghandi, a não-violência e o amor ao próximo como bandeiras, além da igualdade para negros e mulheres.
A história do ativismo político contra a discriminação racial nos Estados Unidos começa em 1955, quando Rosa Parks, uma mulher negra, se recusa a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca. Por essa recusa, Rosa Parks acaba presa. King lidera uma campanha de protesto em Montgomery, cidade em que o fato ocorreu, que dura 381 dias. Em seguida a esse episódio, ele funda a Conferência de Liderança Cristã do Sul, entidade destinada a organizar a luta pelos direitos civis. Em 1961, ele inicia a luta pelo direito de voto. O famoso discurso "Eu Tenho um Sonho" foi proferido em março de 1963 em frente ao Memorial Lincoln, em Washington, durante a "Marcha pelo Emprego e pela Liberdade".
O movimento de King provoca ódio dos grupos racistas do Sul dos estados Unidos. No dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha que ele organizava num hotel em Memphis, Martin Luther King é assassinado com um tiro. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois, voltou atrás. Após a morte de King, foi estabelecido um feriado nacional nos EUA, o Dia de Martin Luther King, que acontece sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao seu aniversário.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Crise econômica próxima do fim?

As lições da crise, um ano depois

José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de chefes de Estado do G20, em abril de 2009

Foi numa segunda-feira, 15 de setembro de 2008, que ocorreu a morte simbólica de Wall Street, um dos mais importantes centros financeiros do mundo. A economia mundial se viu então diante um iminente colapso, sem precedentes desde o crack da bolsa de Nova York em 1929. (Direto ao ponto: Ficha-resumo)

Neste dia, o Lehman Brothers quebrou e outros três bancos de investimentos dos Estados Unidos, o JP Morgan, o Merril Lynch e o Goldman Sachs, quase foram à falência. Para se reerguerem, pediram socorro ao governo. Era o início da atual crise econômica mundial, que mudou o panorama geopolítico do mundo globalizado e deixou uma dívida que, no futuro, pode resultar em novos abalos no sistema financeiro. Para evitar isso, é preciso criar mecanismos mais eficientes para regulamentar a especulação com capitais de risco.

A questão de como será feito esse controle é justamente um dos pontos de divergência da cúpula do G-20, grupo dos países ricos e emergentes. Eles se reúnem no final deste mês de setembro nos Estados Unidos para chegar a um acordo sobre como sair da crise.

Quase um ano depois, o consenso é que o pior já passou e que os efeitos, contrariando os mais pessimistas, foram menos catastróficos que o esperado. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a previsão é de recuo em 1,3% da economia global este ano - contra a estimativa anterior de 1,4% de retração - e recuperação somente no final de 2010.

Trocando em miúdos, o capitalismo entrou agora na fase de recuperação. No entanto, para o G-20, ainda é cedo para suspender a irrigação de setores privados com verbas públicas. É uma aposta necessária, mas que não agrada a todos. Manter os pacotes de estímulos monetários e fiscais do Estado tem um custo político: o contribuinte sabe que foi ele quem pagou pela "lambança" no mercado financeiro, e deve retribuir seu descontentamento nas urnas.

Governos gastaram trilhões de dólares de impostos e aposentadorias para salvar bancos à beira da falência, "azeitar" o setor industrial e gerar empregos. Com isso, mais as medidas de reajustes fiscais, conseguiram resgatar a economia do buraco.

Brasil

O mundo pós-crise que surgiu dessa manobra trouxe também um novo rearranjo no tabuleiro da geopolítica mundial. Os Estados Unidos elegeram o primeiro presidente negro de sua história, Barack Obama, com a promessa de reerguer a maior potência econômica do planeta.

Desde o início da recessão, o país viu desaparecer 6,9 milhões de vagas e amarga a pior taxa de desemprego em 26 anos. O americano está endividado e sem poder de consumo, o que deve retardar ainda mais a recuperação da economia doméstica.

Na Europa, mesmo com o setor bancário menos atingido, o desemprego é o maior em dez anos, o que deu vazão a políticas de restrições à imigração. E, pela primeira vez, a China ultrapassou a Alemanha e se tornou o principal país exportador no mundo, provocando uma mudança no fluxo de capitais entre Estados Unidos e Europa.

Aliás, são os países que compõe o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo das economias emergentes, que saem fortalecidos da crise, com maior poder político e de atração de investimentos.

No Brasil, a recessão durou exatamente dois trimestres, contra o dobro em nações mais ricas, como Estados Unidos, França e Alemanha. Para este ano, a estimativa de crescimento é de quase 2%, contrastando com as taxas negativas em outros países.

Contribuiu para isso uma economia estável e um mercado financeiro com pouca alavancagem - termo usado para quando uma empresa investe aquilo que não tem. Foi esse tipo de operação de risco que deu início ao período de recessão.

Bolha imobiliária

No final de 2008, instituições financeiras promoviam uma verdadeira "roleta russa" com as economias de pessoas comuns. Havia juros baixos e crédito farto para operações de alto risco e lucro incerto.

Os americanos pegavam dinheiro emprestado dos bancos para comprar casas, contraindo dívidas que não poderiam pagar. Com a maior procura, os imóveis eram valorizados. Os bancos, por sua vez, faziam contratos de segunda linha, chamados subprimes, e repassavam para as seguradoras, visando se cobrir de eventuais calotes. Os papéis eram ainda negociados com investidores e fundos de aposentadoria.

A ideia era, no final, todos saírem ganhando. Mas aí os juros aumentaram e os americanos não conseguiram pagar as dívidas, perdendo as casas hipotecadas. Os bancos colocaram os imóveis à venda, causando queda nos preços de mercado.

De uma hora para outra, empresas se viram cobertas de títulos "podres" dos quais precisavam se livrar o mais rápido possível, antes que se desvalorizassem mais ainda. A situação era o que os especialistas chamam de estouro da "bolha".

A volta do Estado

Daí por diante, foi um efeito dominó. Com a confiança abalada no mercado, créditos deixaram de ser concedidos e os investidores se afastaram. Sem crédito, houve queda de produção e as fábricas fecharam, como aconteceu com a indústria automobilística.

Como resultado, milhares de pessoas perderam o emprego, gerando queda no consumo e na arrecadação de impostos. Os países entraram em período de recessão, que é quando deixam de crescer e acumulam perdas no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de riquezas de uma nação.

Mas por que a crise não foi prevista? Por que não se adotaram mecanismos para impedir que isso acontecesse?

Controles existem, mas são frágeis: um dinheiro investido em uma ação da Bolsa atravessa o mundo em questão de segundos, enquanto as agências que controlam as transações financeiras, como os bancos centrais, ficam restritas às fronteiras de cada país.

Além disso, nos últimos 50 anos a crença dominante entre economistas era de um mercado autorregulado, aquilo que Adam Smith (1723-1790), pai da economia moderna, chamava de "mão invisível". Quando menos o Estado interviesse, melhor.

A doutrina da "mão invisível" saiu abalada com a crise e hoje se fala em reconstrução do papel do Estado na economia global. O problema dessa história é que o Estado está fazendo isso contraindo dívidas que podem ser o germe da próxima depressão.

Os Estados Unidos, que gastaram US$ 12 trilhões em pacotes para salvar bancos e indústrias, a previsão é terminar o ano com déficit de 11% do PIB (no Brasil, estima-se em torno de 3%).

Enquanto isso, os grandes bancos que antes estavam à margem do abismo comemoram a saída do vermelho. Voltaram a faturar. Melhor do que isso, saíram da crise com uma espécie de salvo-conduto: a garantia de que, a despeito das especulações de risco, poderão ser ajudados novamente pelo governo.

Não se sabe quando ocorrerá a nova crise. A única certeza é que, a menos que sejam implementadas medidas mais enérgicas de controles das finanças internacionais, ela virá. E nem é preciso ser economista para saber quem vai pagar a conta novamente.

Morria Pablo Neruda

quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Por Gabriel

Morria, em 23 de setembro de 1973, em Santiago, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX: Pablo Neruda. Nasceu com o nome de Ricardo Eliezer Neftalí Reyes Basoalto. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.

Foi cônsul do Chile na Espanha e no México, eleito senador em 1945 e embaixador na França, em 1970. Tornou-se marxista e revolucionário. Era a voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas. Esteve diversas vezes no Brasil. Em uma das vezes, em 1945, leu para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

glitters

Dia Mundial Sem Carro

terça-feira, 22 de setembro de 2009
Por Gabriel

No dia 22 de setembro, em cidades do mundo todo, são realizadas atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, no que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro. Na Europa, a semana toda é recheada de atividades, no que chamam de Semana Europeia da Mobilidade (16 a 22 de setembro).

O objetivo principal do Dia Mundial Sem Carro é estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto. A ideia é que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que há vida além do para-brisa.

A data foi criada na França, em 1997, sendo adotada por vários países europeus já no ano 2000. Na cidade de São Paulo (Brasil), são realizadas atividades desde 2004. Até 2006, as atividades eram realizadas principalmente por iniciativa de cicloativistas e participantes da Bicicletada, com apoio da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. As iniciativas dos ciclistas continuaram ocorrendo em 2007 e 2008, mas desde 2007 o Movimento Nossa São Paulo engrossou o coro, realizando novas atividades e eventos e trazendo mais visibilidade para a data.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Pedido Urgente

By Ceó Pontual

Essa é pra quem começou mau a segundona! :)

Uma excelente semana para todos! Abraços.

“Deus, dai-me paciência agora!” Anônimo.

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O Museu Britânico inaugura nesta quinta-feira uma megaexposição que mostra a trajetória e o legado do último imperador dos astecas, Montezuma 2º, que reinou no México entre 1502 e 1520.
  • Reprodução/BBC

    Exposição mostra a trajetória e o legado do último imperador dos astecas, Montezuma 2º, que reinou no México entre 1502 e 1520

A mostra "Moctezuma: Aztec Ruler" ("Montezuma: Imperador Asteca", em tradução livre) é a mais recente exposição do museu de sua série sobre poder e impérios.

Entre os objetos da mostra estão uma rebuscada máscara feita de ouro e turquesa, considerada um dos melhores exemplos da arte asteca.

Montezuma herdou e consolidou o poder asteca sobre um complexo império político que se estendia do Oceano Pacífico ao Golfo do México.

O experiente general foi nomeado comandante militar e ganhou as maiores condecorações de guerra antes de ser eleito líder supremo em 1502.

No entanto, se por um lado o imperador era considerado um semideus por seus súditos, foi durante o seu reinado que o império asteca ruiu diante dos invasores espanhóis, abrindo o caminho para a formação do México moderno.

A mostra tem o apoio da ArcelorMittal e foi idealizada com o apoio do Instituto Nacional para Antropologia e História da Cidade do México

21 de setembro

Dia da árvore lembra importância da natureza

Da página 3 Pedagogia & Comunicação
No Brasil, o dia da árvore é comemorado em 21 de setembro, às vésperas da entrada da primavera. No Norte e Nordeste do país as árvores costumam ser homenageadas também na última semana de março, época do início do período das chuvas naquela região.
Marcelo Ximenez/Folha imagem
Bonsai, a miniárvore, é resultado de técnicas japonesas de poda
MAIS ÁRVORES
A árvore é o símbolo maior da natureza. Plantar, cuidar, proteger e defender as árvores significa valorizar todo o verde que ainda existe no planeta. A defesa de florestas como a da Amazônia, por exemplo, está se tornando uma questão de sobrevivência para nossa espécie, devido aos inúmeros problemas ambientais que nós mesmos criamos na Terra.

Além de sua própria beleza, as árvores têm funções importantes para o meio ambiente. Elas refrescam o ambiente, dão sombra, são barreiras contra o vento, ajudam a manter a umidade do ar, diminuem a poluição, mantêm o solo firme e servem de abrigo para pássaros e outros animais.

Além disso, para o ser humano, as árvores oferecem a madeira, o carvão, os frutos, as flores e as matérias-primas para a fabricação de papel, remédios e uma infinidade de produtos. Por isso, ao derrubá-las, devemos ter em mente a necessidade de replantá-las. O reflorestamento, felizmente, tem se tornado mais comum.

Há árvores que podem durar centenas de anos ou mais de um milênio. É o caso da sequóia, uma arvore típica da América do Norte que, além da vida longa, também pode atingir os 100 metros de altura. Mas uma das árvores características da mata Atlântica brasileira, o jequitibá, também pode atingir os 60 metros: a altura de um edifício de 20 andares. Jequitibá, em tupi, quer dizer, por sinal, "gigante da floresta".

No Brasil, cada região escolheu uma árvore típica como seu símbolo. A região Norte, a castanheira; a região Nordeste, a carnaúba; a Centro-oeste, o ipê-amarelo, a Sudeste, o pau-brasil e a região Sul, o pinheiro-do-paraná. Nunca é demais lembrar, também, que o pau-brasil deu o nome ao nosso país.

Na semana da árvore você pode contribuir com o meio ambiente plantando ou adotando uma árvore. No site da ONG Iniciativa Verde (veja abaixo) você descobrirá quantas árvores deve plantar de acordo com a quantidade de gás carbônico que a sua rotina produz. A natureza (da qual também fazemos parte) agradece.